segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Aqui no escritório, todos os dias são diferentes e iguais. Caras diferentes, cheiros e vozes. Muita gente, pouca gente. Especialmente hoje, o que geralmente não é de praxe, o site da Justiça Federal não entra,impossibilitando assim de dar sequencia à meus trabalhos. Enquanto isso, na radio, o novo cd do Skank, que não é de todo ruim. " Hoje acordei sem lembrar se vivi ou se sonhei você aqui nesse lugar que eu ainda não deixei"
Iniciei uma boa e nobre leitura, diferente de todas que já pude ler. Algo concretamente real e intrigantemente interessante. Estou do meio para o final, devorando as paginas com uma rapidez, como se estivesse em uma corrida de lebres. O livro chama-se O código da vida, de Saulo Ramos. O cara, que hoje é um senhor com seus setenta e tantas primaveras, é uma fera no mundo jurídico.
"A minha vida é a advocacia", diz Saulo Ramos. Aos 78 anos, esse paulista de Brodowski – cidade do pintor Candido Portinari, seu amigo – participou de momentos cruciais da vida pública brasileira. Foi oficial-de-gabinete do governo de Jânio Quadros e defendeu políticos e intelectuais de esquerda nos processos abertos pela ditadura militar. No governo Sarney, serviu como consultor-geral da República e ministro da Justiça. Também foi advogado – vitorioso – do Senado no processo que garantiu a cassação dos direitos políticos de Fernando Collor de Mello, que renunciara antes do impeachment na esperança de conservar a elegibilidade. As saborosas histórias dessa longa carreira jurídica estão reunidas em Código da Vida (Planeta), livro de memórias que já teve 50 000 exemplares comercializados e está há 23 semanas na lista de mais vendidos de VEJA. Recentemente recuperado de um câncer, Ramos segue ativo, mas afastado dos tribunais e fóruns – chega a cobrar 200 000 reais por um parecer jurídico.

Fatos que antes eu sequer imaginava, e minha mente mal pensante não pincelava, encontram-se reunidos nesse livro. Muitos nomes,muitas histórias, misturam-se em quase 400 páginas deliciosamente redigidas por esse gênio. Vale a pena ler. Depois torno a escrever sobre, agora, volto ao trabalho.

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